17 de nov. de 2015

Tucanos de SP querem fechar escolas e demitir professores

Reorganização tucana visa fechar salas e escolas e demitir milhares de professores
Governo Alckmin retoma política de Covas/Rose Neubauer de “reorganizar” a rede para promover milhares de demissões, fechar salas, turnos inteiros e até escolas para aprofundar o caos no ensino público paulista

Por Causa Operária Online

A Secretaria da Educação de São Paulo, divulgou nesta Quinta-feira (23) que está iniciando um processo de “reorganização” das escolas estaduais. Segundo o que foi divulgado (que no caso do governo tucano, sempre pode ser pior), pretende-se promover uma separação para agrupar os alunos por ciclo de forma que em cada Escola haja apenas alunos da primeira fase do do Ensino Fundamental, do Ciclo I (antigas 1a. à 4a. séries) ou do Ciclo II (antigas 5a. à 8a. séries) ou do Ensino Médio (antigo Colegial).

Com a nova proposta, os alunos do Ensino Médio, por exemplo, passarão a estudar apenas com estudantes deste segmento, o governo estadual alega que a reorganização das escolas em ciclos visa aumentar em 10% o rendimento escolar dos alunos, mas é evidente que a medida faz parte da política de “ajustes” que visa agrupar os ciclos para permitir uma maior superlotação das salas de aula, fechar milhares delas ( e até escolas) e, dessa forma, demitir milhares de professores.

Não por acaso, a “reorganização” vem em seguida do Decreto 61.466 no qual o governo Alckmin estabeleceu a proibição de efetivação dos concursados e a renovação de contratos dos temporários, o que vai levar a milhares de demissões nos próximos meses.

Coo pretexto para a “reorganização” a SEE anuncia que houve uma diminuição de alunos na rede, que de 6 milhões caiu para 4 milhões em menos de 20 anos. O governo não explica, no entanto, que esta redução é – acima de tudo – um produto direto da política premeditada do governo impor um verdadeiro apagão nas escolas estaduais com a “aprovação automática”, com municipalização (que transferiu mais de 3 mil escolas para as redes municipais), com a superlotação das salas, com as precárias condições de funcionamento das escolas, com os baixos salários de educadores etc. etc.. Uma situação caótica que empurrou centenas de milhares de alunos para as redes privadas (quando podiam pagar, mesmo que por escolas de baixa qualidade) .

Obviamente que os tucanos e a imprensa burguesa não divulgam que estes 20 anos de retrocesso e caos nas escolas “coincidem” com os 20 anos de governos do PSDB e de sua política de destruição do ensino público que levaram à falência a rede de ensino básico e até as universidades do estado mais rico do País.

O atual secretário de Educação, Herman Voorwald, afirma que a mudança beneficiará professores efetivos, pois poderão completar sua jornada na mesma unidade e também será melhor para os alunos, pois poderão estudar mais perto da escola, justamente por que a Secretaria definiu a distância de 1,5 km para transferência de estudantes. A credibilidade que os professores, pais e alunos podem dar à esta declaração pode ser medida pelo documento assinado pelo secretário – durante a greve de 92 dias dos professores – no qual ele se comprometia com atender reivindicações dos professores categoria O (acabando com a “duzentena” e garantindo atendimento médico no IAMSPE) e com uma política de reajuste dos salários a partir de 1o. de julho. Quase quatro meses depois, nada mudou e o governo mantém a política de “reajuste zero” que foi um dos motivos da greve.

Com a “reorganização” proposta pelo governo todos perdem: professores, funcionários, pais e alunos, que serão obrigados a mudarem de escola, sem direito à escolha, como “esclarece” a própria secretária.

Trata-se de um duro ataque que integra a política de “ajustes” do governo, de cortar gastos com Educação, Saúde e tudo mais que seja essencial à população para garantir os lucros das dos grandes grupos capitalistas em crise e suas máfias políticas que controlam o Estado e que só pode ser derrotado por uma ampla mobilização, nas ruas de toda a Comunidade Escolar.

Um ponto de largada dessa luta fundamental é a assembleia dos professores convocada pela APEOESP, nesta sexta (dia 25) que precisa aprovar um plano de lutas que inclua uma greve geral da Educação, unificada de professores, funcionários e alunos (com apoio dos pais) em todas as escolas contra a “reorganização” e pelo conjunto das reivindicações da categoria.

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