Manifestantes contra e a favor do governo entraram em confronto na Venezuela foto Telám/AVN |
Na Venezuela, três pessoas morreram e 69 foram detidas em protestos
Os protestos na Venezuela nessa quarta-feira (12) deixaram três mortos, 61 feridos e 69 pessoas foram detidas por causa dos confrontos entre manifestantes governistas e oposicionistas, segundo o governo do país.
O governo convocou para a tarde de hoje (13) marchas populares “contra o fascismo da oposição”. “Venezuela unida contra o fascismo! Convocamos os movimentos sociais e o povo para uma concentração contra a violência opositora”, anunciou a ministra de Informação, Delcy Rodríguez.
As ruas ficaram vazias pela manhã, sem os frequentes engarrafamentos, conforme relatos de jornalistas que vivem em Caracas. O movimento nas escolas também diminuiu, porque embora não tenha sido decretada a suspensão das aulas, muitos pais preferiram não levar os filhos aos colégios.
O trânsito também foi interrompido nas proximidades do Palácio de Miraflores (sede do governo) e o esquema de segurança foi reforçado.
A imprensa local noticiou que o Serviço Bolivariano de Inteligência recebeu ordens hoje para prender Leopoldo López, um dos líderes da oposição, aliado do governador de Miranda, Henrique Capriles. A ordem de prisão foi expedida pela juíza Ralenys Tovar, sob acusação de homicídio, lesões graves e “associação para delinquência”, conforme a imprensa.
Em sua conta no Twitter, López retrucou: “Maduro sabe bem que o que aconteceu ontem foi plano de vocês. Os mortos e feridos são sua
responsabilidade”. Os meios de comunicação nacionais e estrangeiros também comentam que um ex-embaixador venezuelano na Colômbia, Fernando Gerbasi, teria tido uma ordem de prisão expedida.
Até o momento, o governo do país não confirmou as ordens de prisão, mas declarou que irá agir com “autoridade democrática e acionará a Justiça” para punir os responsáveis pelos danos materiais e imateriais.
As imagens do canal colombiano NTN24 deixaram de ser veiculadas hoje em território venezuelano. Ontem, o canal dava ampla cobertura dos protestos quando o sinal foi interrompido. De acordo com a diretora do canal na Colômbia, Claudia Gurisatti, o governo venezuelano já havia feito “ameaças sobre a retirada em momentos anteriores”, mas não houve notificação sobre a interrupção do sinal.
A recomendação do governo do país era que as emissoras privadas nacionais e internacionais não deveriam transmitir imagens dos protestos para não “incitar a violência”. Quem não cumprisse, poderia ser penalizado, de acordo com a Comissão Nacional de Telecomunicações (Conatel).
da Agência Brasil/EBC
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