30 de out. de 2014

Acusado de abuso sexual na UFG se defende

Jovem acusado de tentativa de abuso explica sua versão dos fatos
Ele ainda enviou prints das conversas que teve com a estudante
O jovem Tiago (não vamos divulgar o sobrenome para resguardá-lo), acusado de tentar abusar de uma aluna da Universidade Federal de Goiás (UFG), na Casa do Estudante Universitário (CEU), entrou em contato com o DM.com.br e enviou uma resposta com sua versão sobre o ocorrido. 

Tiago falou que a carta assinada pelo Comitê de Auto-Defesa das Mulheres atribuiu a ele um crime "repugnante", que afirmou "repudiar veementemente". Ele enviou junto com a carta, prints de sua conversa com a estudante, que afirma ter sido vítima de tentativa de abuso sexual. 

Tiago informou que as conversas na íntegra serão entregues nos inquéritos acadêmicos e judiciais. Ele afirmou que conheceu a jovem em uma festa na casa dela, e, que na mesma noite, se relacionaram sexualmente, com o consentimento da mesma. O estudante declarou que, desde então, ambos começaram a se encontrar e frequentemente conversavam pelo Facebook, "num tom de carinho e sensualidade". 

Mesmo após o início do namoro da garota, Tiago afirma que as conversas continuaram: "Nós tínhamos um relacionamento virtual muito íntimo e carinhoso, mesmo após o início de seu namoro. Inclusive estávamos combinando um encontro há dias, que só não tinha acontecido por incompatibilidade de horários". 

Confira a declaração de Tiago, na íntegra:
Carta de esclarecimento sobre as calúnias envolvendo meu nome

  "Há alguns dias meu nome passou a ser objeto de burburinhos que atribuíam a mim um crime repugnante, abjeto, que repudio veementemente. Contudo, neste dia 28 de Outubro veio ao público uma carta, assinada por um Comitê de Auto-Defesa das Mulheres onde me acusam, nominalmente, de agredir uma estudante, com o objetivo de satisfação sexual, o que é uma mentira. Para contar esta história eu utilizarei de citações das conversas trocadas entre eu e esta mulher pelo facebook, sendo que os prints seguirão ao final do texto. Eu não mostrarei a foto do perfil da mesma, nem mostrarei seu nome, mas revelarei as iniciais de seu nickname, A.M., para que não fiquem dúvidas sobre a veracidade dos prints. Nossas conversas na íntegra, já devidamente salvas, serão entregues nos inquéritos, tanto acadêmicos quanto judiciais.

  A “denúncia” começa narrando sobre que nos conhecemos na casa dela, numa festa em julho, o que é verdade. Nesta noite transamos, por livre e espontânea vontade, e a partir de então nos encontramos algumas vezes e nos falávamos sempre pelo facebook, num tom de carinho e sensualidade, conforme o diálogo abaixo, do dia 23 de julho:

O texto da “denúncia” continua dizendo que em agosto ela teria iniciado um namoro com outro rapaz, porém mantendo uma amizade comigo. Ela realmente me contou deste namoro, no dia 23 de agosto, por mensagem no facebook, porém é importante deixar claro quais eram os termos da nossa amizade a partir de então, conforme o diálogo abaixo, do dia 11 de setembro.

Fiz questão de expor este diálogo para que fique claro que nós tínhamos um relacionamento virtual muito íntimo e carinhoso, mesmo após o início de seu namoro. Inclusive estávamos combinando um encontro há dias, que só não tinha acontecido ainda por incompatibilidade de horários.

  Agora, vamos ao dia 24 de setembro. A.M. me procurou pelo facebook, por volta das 18:30hs, conversamos e combinamos de nos encontrar. Por volta das 19:30hs saí da CEU, onde moro, para buscá-la em sua casa, que fica a cerca de 800 metros. Bati no portão, ela saiu e nos abraçamos. Fui beijá-la, mas ela pediu que não fizesse isso ali, já que alguém, ou mesmo seu namorado, poderia ver e lhe causar problemas. Concordei e seguimos em direção à CEU. No caminho ainda fizemos uma breve passagem no DCE da UFG. Por volta das 20:00hs, passamos pela portaria e pela guarita dos guardas e adentramos no pátio da CEU. Nos sentamos numa das mesas ao redor da quadra poliesportiva, que neste momento estava movimentada, com cerca de 30 pessoas participando das partidas de vôlei, conforme tradição na CEU, além de várias outras espalhadas pelas mesas e bancos o pátio. 

Eu sugeri que nos dirigíssemos à casinha que fica do lado da quadra, para que ficássemos mais à vontade. Ela aceitou e fomos pra lá. No momento em que entramos, além de todo o movimento na quadra e no pátio, um pequeno grupo de moradores estava sentado do lado da casa. Ao entrarmos acendemos a luz, que ainda funciona apesar de não ter mais nem uma porta que possa ser trancada no local. Eu sentei em um banco e ela se posicionou, em pé, entre as minhas pernas abertas. Começamos a trocar beijos e carícias, até que ela cruzou os braços e, disse que as coisas tinham mudado, que agora ela estava namorando e não podia fazer isso com ele. 

Neste momento eu a abracei pela cintura, encostando minha cabeça em seu peito, e disse, num tom de ternura, que eu tinha chegado primeiro que este namorado. Ela então se afastou, recompondo suas roupas, no que eu fiz o mesmo. Ela então passou a falar sobre que eu a estava deixando confusa, pois apesar de ela não estar apaixonada pelo namorado ele lhe proporcionava uma suposta estabilidade psicológica-emocional que ela tanto buscava, além de que sua família apoiava demais o romance.

Eu argumentei que ela era meio maluca então, por me procurar já que estava num lance tão sério. Eu disse que não queria atrapalhar o namoro, mas que gostava muito dela e que tivemos uma coisa especial. Neste momento ela voltou, por iniciativa própria, aos meus braços e nos beijamos, falando safadezas. Foi então que seu telefone tocou, ela atendeu e falou por cerca de trinta segundos. Ao desligar me disse que era seu namorado e que ele estava na Praça Universitária lhe esperando. Eu, então, pedi um beijo no rosto como despedida. Ela me beijou e saímos da casinha. Tudo isto durou cerca de 20 minutos. 

_Ao sairmos as pessoas, obviamente, continuavam jogando vôlei, o pequeno grupo sentado do lado da casinha também estava lá e não deixaram de nos notar. Eu parei junto às barras de exercícios para conversar com outro morador que estava se exercitando, enquanto ela, por volta das 20:30hs, normalmente, passou pela guarita dos guardas e pela portaria e foi embora. Ainda na noite do dia 24 de setembro eu lhe enviei uma mensagem (abaixo).

Eis o que aconteceu na verdade. Eu lhes pergunto: este último diálogo se parece com a conversa entre uma pessoa agredida e seu agressor? Como uma pessoa é agredida dentro da CEU, que tem cerca de 200 moradores, com a quadra, que fica a cerca de 6 metros da casinha, movimentada e ninguém vê? Como uma pessoa é agredida na CEU, consegue se desvencilhar, passa pela portaria onde se encontra guardas armados e não pede ajuda? O que realmente está por trás desta denúncia?_

Há alguns meses, o mesmo núcleo de estudantes que agora forjam esta acusação, montaram um falso dossiê contra minha pessoa, onde diziam que eu era um agente secreto enviado pela ABIN para investigar o movimento estudantil. Segundo este dossiê eu seria, inclusive, proprietário de apartamentos em Goiânia, além de uma série de outros absurdos. Na ocasião fizeram reuniões onde convidaram partidos políticos e uma série de coletivos para me “denunciarem”. Neste mesmo grupo congregam pessoas cujo histórico de denúncias fantasiosas, calúnias e desrespeito pela dignidade e honra alheios são famosos.

Dada a situação não vejo outra alternativa que não seja uma ação judicial para que tudo isto seja esclarecido. Não tenho o que temer. A universidade já está ciente e agora é o tempo do processo até que a verdade venha à tona. Peço encarecidamente às amigas e amigos que convivem diariamente comigo na sala de aula, nos corredores da universidade, nos laboratórios do curso, na CEU e nos locais que freqüento rotineiramente que aguardem o desdobramento dos fatos, lembrando como é nossa relação e não caindo nesse jogo absurdo de acusações sem provas e de condenação sem julgamento. Estou deveras preocupado com minha integridade física, já que estes caluniadores estão agindo de forma mais autoritária e sensacionalista que a polícia e a imprensa marrom, expondo meu nome e até fotos do meu rosto, me colocando numa situação extremamente delicada. Porém lhes garanto que não abaixarei minha cabeça e farei de tudo pra continuar com minha rotina acadêmica. Aproveito para agradecer a todas as pessoas amigas que estão me procurando pra manifestar solidariedade.

Goiânia, 29 de Outubro de 2014.

Confira agora os prints da conversa que os dois tiveram um dia após a suposta tentativa de abuso sexual:

Fonte DM.com.br

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