O IPHAN realizou o Seminário Brasília Patrimônio Mundial: Os desafios atuais da preservação.
De Brasília
Joaquim Dantas
Para o Blog do Arretadinho
O Seminário aconteceu nos dias 8, 9 e 10 de dezembro no auditório do CREA em Brasília, das 08:00h às 18:00h. Na segunda (8) a abertura do evento foi feita com representantes das entidades promotoras do evento: Governo do Distrito Federal, IPHAN - Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, Ministério da Cultura e Governo Federal.
O Seminário teve como objetivo contribuir no debate sobre as questões centrais que envolvem a proteção e valorização do patrimônio histórico-cultural no país e, particularmente, sobre os desafios da preservação de Brasília como Patrimônio Cultural da Humanidade
Na abertura foi feita uma homenagem póstuma ao arquiteto João da Gama Filgueiras Lima, o Lelé. O arquiteto deixou um sólido legado na arquitetura brasileira, seja no uso inteligente das estruturas ou nas preocupações com questões ambientais e de conforto. Apesar de sua ausência física, seus ensinamentos servirão de base para o desenvolvimento de uma escola de ensino médio integrada a um curso técnico em São Paulo, que deverá ser iniciada no próximo ano.
Logo após a homenagem aconteceu uma palestra de abertura da presidente do IPHAN, arquiteta e urbanista Jurema Machado. Ela falou sobre O Iphan e seu papel na preservação e valorização do patrimônio cultural do Distrito Federal em suas dimensões: material, imaterial e arqueológico.
Vários palestrantes participaram do Seminário, entre eles, Nádia Somekh professora titular de arquitetura do Mackenzie de São Paulo, presidente do Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico e Cultural e Ambientação da Cidade de São Paulo; e diretora do Departamento de Patrimônio Histórico da Prefeitura de São Paulo.
O Seminário contou também com diversas mesas-redondas e discussões com temas específicos. Os assuntos abordados serão A Preservação do Patrimônio Cultural: debate atual, Preservação de Centros Urbanos: instrumentos de gestão, Apropriação Social dos Espaços Urbanos, Desafios Urbanos na Preservação do Conjunto Urbanístico de Brasília e A imagem de Brasília.
Entre os inúmeros temas debatidos no evento, foi discutida a situação do tombamento da Cidade do Paranoá, que surgiu como um assentamento ao lado de duas áreas nobres de Brasília, o Lago Norte e o Lago Sul. Foi lembrado que, à época, os moradores dos dois bairros de alto padrão, trouxeram da cidade de Virgínia, nos E.U.A. um profissional que realizou um estudo para que fosse feita a retirada dos assentados, que não eram bem vindos pela elite local. Esse estudo realizado pelo profissional americano propunha o remanejamento daquela população para cerca de 30 Km distante, algo próximo a Planaltina.
Graças a intervenção de professores e estudiosos brasileiros, residentes em Brasília, a proposta de remoção para tão longe, não obteve êxito.
Também foi tema de debate um dos principais símbolos de fé do Paranoá, a Igreja São Geraldo, construída em 1957, foi reinaugurada em maio deste ano. O templo, erguido pelos operários que construíram a capital, recebeu investimento de R$ 282 mil, o que possibilitou a preservação desse monumento, que é patrimônio histórico desde 1993.
O templo, localizado no Parque Vivencial do Paranoá, ficou fechado por quase uma década, segundo a Secretaria de Cultura.
A Capela da Vila Metropolitana no Núcleo Bandeirante foi tratada nos debates como uma réplica perfeita, após incêndio que a destruiu.
Um dos debatedores disse que o Clube do Choro de Brasília deveria explorar mais o título de Patrimônio Cultural de Brasília, seguindo o exemplo da escola de samba Associação Recreativa Unidos do Cruzeiro, ARUC, que também foi tombada como Patrimônio Cultural da cidade.
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