Um funcionário do banco Itaú foi demitido em março após publicar em redes sociais um vídeo no qual é pedido em casamento pelo noivo.
O Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo acusa o banco de homofobia que, por sua vez, afirma que o desligamento, no entanto, foi exclusivamente “fruto de sua conduta junto a clientes”.
O caso aconteceu no Núcleo de Relacionamentos de Gerentes, no ITM. Com um ano e seis meses trabalhando no banco, o então gerente de relacionamento Uniclass/PF diz ter recebido 10 prêmios por cumprimento de metas, sempre com resultados bem acima da média.
O ex-gerente é, segundo informações do jornal O Estado de S. Paulo, formado em administração, tem pós-graduação em gestão. Com o destaque, vieram também as primeiras reações discriminatórias. “Me repreendiam dizendo que eu me ‘soltava demais’ quando ganhava um prêmio, e que esta postura não é adequada. Também diziam que minhas roupas não eram as ideais para o trabalho, que meus ternos não estavam dentro dos padrões”, relembra o trabalhador.
A discriminação homofóbica teve seu estopim quando o homem voltou de férias, em 10 de março, após período em que ficou noivo e postou vídeos e fotos sobre o tema nas redes sociais. O trabalhador conta que foi chamado pelo gestor da área e informado que a demissão se devia a sua postura, que não era adequada.
“Eu me senti profundamente indignado, um banco desse tamanho ainda usa homofobia como critério de demissão, e não os resultados dos trabalhadores”, critica. Sem clima para voltar para o Itaú, ele não quer ser readmitido. “É preciso que eles paguem para que nenhum outro trabalhador LGBT tenha de passar por isso novamente.”
O Sindicato já repassou a denúncia ao setor de Recursos Humanos do banco e espera uma resposta sobre o caso. “Não é a primeira vez que isso acontece no Itaú e, recentemente, denunciamos demissões de pessoas com deficiência. É preciso que o banco reveja suas posturas, e nós cobramos que esse tipo de coisa não aconteça novamente”, explica o dirigente sindical Fábio Pereira.
Outro lado
Em nota, o banco Itaú afirmou que repudia todo tipo de discriminação e preconceito. “O respeito e a individualidade são valores para nossa organização. Da mesma forma, a ética é um valor essencial para nós e a relação com clientes deve seguir as normas do banco. O caso foi investigado com total isenção e se enquadra na conduta inadequada com os nossos clientes, em relação à qual o colaborador já havia sido advertido anteriormente. Seu desligamento foi exclusivamente fruto de sua conduta junto a clientes, e nada tem a ver com sua orientação sexual”.
fonte Justificando, com informações do Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, , Osasco e Região
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