13 de abr. de 2020

Cuba denuncia “bloqueio ainda mais cruel e genocida que em tempos normais”

Povo cubano se mobiliza no combate à pandemia do coronavírus - foto - Granma
O governo cubano denunciou neste sábado que, com o novo coronavírus, os Estados Unidos não apenas mantêm as “criminosas sanções” contra a ilha caribenha, como aumenta as ameaças e o garrote comercial, dificultando ainda mais a chegada de produtos essenciais ao combate pela vida.

“O bloqueio dos EUA contra Cuba é mais genocida e cruel que em tempos normais”, afirmou Néstor Marimón, diretor de Relações Internacionais e Cooperação do Ministério de Saúde Pública, enfatizando que a prática, iniciada em 1962, torna este o sistema de sanções “mais severo, injusto e prolongado de um país sobre o outro”. Para os estadunidenses que o violem, as penalidades são pesadas: até 10 anos de prisão e multas de US$ 1 milhão para empresas ou US$ 250 mil para cidadãos.

“CRIMINOSO BLOQUEIO”

Na semana passada, o presidente Miguel Díaz-Canel voltou a condenar o “criminoso bloqueio” de Washington contra Havana, numa referência explícita à barreira imposta a que suprimentos médicos doados por um empresário chinês chegassem para combater a pandemia.

Com o cerco político, diplomático e militar, é proibido, por exemplo, que as empresas exportem para os Estados Unidos qualquer produto que contenha matéria-prima cubana. Da mesma forma, é proibido vender a Cuba bens ou serviços que utilizem tecnologia estadunidense ou que precisem, na sua fabricação, de produtos dessa procedência que excedam 10% do seu valor, mesmo quando os seus proprietários tenham nacionalidade de outro país.

Os bancos também não podem abrir contas em dólares norte-americanos para pessoas físicas ou jurídicas cubanas, ou que simplesmente realizem uma única transação financeira com entidades ou pessoas cubanas, o que bloqueia totalmente a possibilidade da Ilha utilizar o dólar em suas transações de comércio exterior.

Até este sábado permaneciam sob atenção e vigilância em hospitais e centros de isolamento cubanos 8.279 pacientes, sendo que 7.128 estavam sendo analisados pela rede de Atenção Primária da Saúde. Dos 620 casos confirmados com a enfermidade, 513 apresentam um quadro clínico estável, 16 morreram, dois foram enviados aos seus países e 77 receberam alta médica.

Apesar do criminoso bloqueio reforçado pelos Estados Unidos com a administração Trump, Cuba está mantendo e ampliando suas brigadas médicas combatendo o coronavírus em 37 países, contribuindo para que seus sistemas de saúde não entrem em colapso.

DIREITOS HUMANOS

Em contraposição à política de Trump e Bolsonaro, a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) adotou neste final de semana uma resolução que chama ao pleno respeito às liberdades fundamentais neste momento de “emergência sanitária sem precedentes que enfrenta o mundo”.

A resolução faz uma conclamação a que os Estados membros da Organização das Nações Unidas (ONU) adotem um enfoque centrado nos direitos humanos em toda a estratégia política contra a pandemia e suas consequências, incluindo os planos para a recuperação social e econômica na América Latina.

A resolução “Pandemia e Direitos Humanos nas Américas” defende ainda uma atenção especial à população vulnerável à enfermidade: anciãos, pacientes com doenças pré-existentes, mulheres, povos indígenas, crianças, comunidade LGBT, pessoas com deficiência e quem viva em extrema pobreza.

fonte Hora do Povo

Nenhum comentário: