24 de jul. de 2015

O GDF e a feijoada de osso

Restaurante Comunitário do Gama serve feijoada de osso e provoca reclamações de frequentadores

Do Gama
Joaquim Dantas
Para o Blog do Arretadinho

Parece que o atual governo só consegue fazer a lição de casa se tiver sob pressão, sobre cobrança. Nós já fizemos inúmeras matérias denunciando o Restaurante Comunitário do Gama por servir uma quantidade de proteína animal abaixo da quantidade estabelecida no contrato com o Governo do Distrito Federal, GDF.

Desde o mês de março de ano, após sofrer fiscalização do governo estimulada pelas nossas denúncias, que a empresa que administra o restaurante comunitário da cidade, passou a servir quantidades maiores de carne, conforme determina o contrato. Nesses últimos 4 meses não publicamos nenhuma matéria fazendo cobranças ao GDF sobre o assunto, pelo contrário, até elogiamos a iniciativa da fiscalização.

Ao retornarmos ao restaurante comunitário nesta sexta-feira (24) para almoçarmos, constatamos um clima de muita reclamação por parte dos frequentadores do local. O motivo da insatisfação foi a presença de uma grande quantidade de ossos e uma ausência quase que total de carnes na feijoada, servida tradicionalmente às sextas.

Como se não bastasse ter que almoçar disputando com dezenas de pombos o direito ao prato e sentir-se constrangido com a presença de dois vigilantes armados e com olhares intimidadores, o cidadão gamense que frequenta o local, foi desrespeitado em seus direitos, mais uma vez, pela empresa que administra o restaurante, com a conivência do GDF que, ao que parece, suspendeu a fiscalização.

O escritor brasileiro Nelson Rodrigues disse certa vez que "por 'complexo de vira-lata' entendo eu a inferioridade em que o brasileiro se coloca, voluntariamente, em face do resto do mundo". Digo isto porque, embora um grande número de pessoas reclamassem, outras diziam não importar-se devido a refeição custar apenas R$ 1,00.

No raciocínio "moldado" de algumas pessoas não tem importância que problemas como este aconteçam, afinal de contas o baixo custo da refeição "daria o direito" da empresa fazer este tipo de coisa, principalmente devido a "crise" que o país está enfrentando. Esquece este ser de raso pensar que o GDF paga o custo total da refeição a empresa, que obtém seu lucro deste negócio e que o dinheiro pago pelo governo é fruto de nossos impostos.

Está claro que esta empresa voltou a repetir a prática de servir gato por lebre, esperamos que o governo retome imediatamente a fiscalização e puna os responsáveis com os rigores da Lei.

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