2 de dez. de 2015

Mais um templo de Candomblé foi atacado no entorno do DF

Mais um templo de Candomblé foi atacado no entorno do DF, é preciso parar a intolerância religiosa

De Valparaíso, GO
Joaquim Dantas
Para o Blog do Arretadinho
Colaborou Ricardo Cesar

Mais um templo de Candomblé foi atacado no  entorno do Distrito Federal por vândalos. Pela segunda vez o Ilé Aìrá Asè Mèrsan Orun foi invadido esta semana, sem ao menos ter sido inaugurado conforme determinam os ritos da religião.

O terreiro funciona há cerca de 10 anos no Céu Azul, Valparaíso de Goiás e já tem inúmeros filhos e filhas de santo, além dos frequentadores. A região é reconhecidamente perigosa devido ao grande número de roubos à residências e o intenso tráfico de drogas.

A ação dos criminosos foi uma mensagem clara de intolerância religiosa e um "convite" para que o terreiro interrompa suas atividades, visto que os invasores não roubaram nada, entretanto, eles quebraram vários objetos dos rituais, pisotearam as roupas de santo, espalharam alimentos por todos os lados, quebraram louças enfim, deixaram seu recado: "saiam daqui".

O Ile do Céu Azul já é o terceiro terreiro atacado por fundamentalistas religiosos este ano, na semana passada o terreiro da Mãe Baiana, no Paranoá, foi completamente destruído por um incêndio durante a madrugada. O governador do DF, Rodrigo Rollemberg, compareceu ao local e anunciou que irá criar uma delegacia de polícia especializada no assunto, para que investigue crimes dessa natureza.

Os responsáveis pelo templo de Valparaíso foram à delegacia de polícia local para registrar mais um boletim de ocorrência mas, infelizmente, o que ouviram dos policiais, mais uma vez, foi "arrumem suas coisas e se mudem, porque aqui é muito perigoso e não ha nada que possamos fazer".

É preciso que a sociedade civil organizada manifeste o seu repúdio para este tipo de crime, não podemos nos calar enquanto templos de religiões afro-brasileira são depredados dessa forma.

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