Em depoimento prestado ao delegado Niandro Lima, titular da 25ª DP (Engenho Novo/RJ), a mulher que foi assaltada no último dia 10, admitiu que se confundiu ao acusar o ator Vinícius Romão de Souza, de 26 anos.
De Brasília
Joaquim Dantas
Para o Blog do Arretadinho
Em depoimento que durou mais de uma hora, a mulher admitiu ao delegado ter se confundido no reconhecimento. O titular da delegacia afirmou a imprensa que informará o Tribunal de Justiça do RJ sobre esse novo fato.
"Isso pode ajudar a defesa dele a soltá-lo mais rapidamente. Além disso, entrarei com um pedido de habeas corpus em favor do Vinícius, com a cópia do depoimento anexada, pedindo que ele seja solto". Declarou o delegado.
Dalva da Costa Santos disse em seu depoimento que, após registrar o boletim de ocorrência, ao chegar em sua casa ficou "meditando" por muito tempo, em face da negativa de Vinícius de ter praticado o assalto. Ela confessou ao delegado que viu o rosto do assaltante apenas de relance e que o local tinha pouca iluminação.
Já o o tenente-coronel da reserva do Exército Jair Romão de Souza, de 64 anos, pai de Vinícius, comemorou a notícia. "Foi a melhor notícia que recebi nos últimos tempos", disse aos jornalistas.
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O ator está preso desde o último dia 10, dividindo uma cela com mais 15 detentos na Casa de Detenção Patrícia Acioli, em São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio, quando foi preso sob a acusação de ter roubado a bolsa da mulher.
Foi oferecido a Vinícius uma cela para presos com curso superior, por ser formado em psicologia, mas recusou alegando que é respeitado pelos outros detentos.
A acusação da vítima só reforça o quanto o racismo ainda faz parte do inconsciente coletivo, é mais fácil nivelar os negros do que uma pessoa branca. Não houve nenhuma preocupação, seja da polícia, da vítima e da imprensa, em identificar detalhes como tatuagem, brincos, defeitos físicos, etc, comum nas investigações policiais. O que foi amplamente divulgado é que o assaltante era negro, usava bermuda, camisa preta e tinha cabelo Black Power. Para identificar um negro, apenas isto basta e o primeiro que for encontrado pela frente pode ser acusado.
O delegado não levou em consideração nem o trajeto que Vinícius fez naquele dia, incompatível com o local em que o crime foi praticado.
O advogado do rapaz já entrou com um pedido de revogação da prisão e pode ser expedido a qualquer momento pela juíza da 35ª Vara Criminal.
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