17 de jan. de 2015

Execução de brasileiro "cria uma mancha,na relação bilateral"

Presidenta Dilma falou ao telefone
com o presidente Joko Widodo, para
interceder em favor dos brasileiros
Marco Archer e Rodrigo Muxfeldt
Execução de brasileiro "cria uma mancha, uma sombra, na relação bilateral"
Durante entrevista coletiva, o Assessor Especial da Presidência da República para Assuntos Internacionais, Marco Aurélio, condenou a decisão do governo da Indonésia
“Não houve sensibilidade por parte do governo da Indonésia”, afirmou, nesta sexta-feira (16), o Assessor Especial da Presidência da República para Assuntos Internacionais, Marco Aurélio Garcia, durante entrevista coletiva que abordou a execução do brasileiro Marco Archer Cardoso Moreira.

Segundo o assessor, o governo brasileiro esgotou todas as possibilidades existentes de reverter esse cenário e que a atitude tomada pelo país asiático “cria uma mancha, uma sombra, na relação bilateral”.

Garcia mencionou que, nos últimos 10 anos, entre as medidas tomadas, houve o envio de duas cartas pelo ex-presidente Lula, durante seus dois mandatos, e quatro pela presidenta Dilma Rousseff. Além disso, o governo brasileiro também solicitou que o Papa Francisco intercedesse no caso pela clemência do brasileiro.

Em outra oportunidade, o assunto também foi debatido com outros países que também possuem cidadãos presos na Indonésia. De acordo com as informações divulgadas por Garcia, em uma das conversas com a presidenta Dilma, o presidente da Indonésia afirmou que nada poderia ser feito, já que os condenados foram submetidos a todos os ordenamentos jurídicos.

Telefonema

Na manhã desta quinta-feira (16), a presidenta falou ao telefone com o presidente da Indonésia, Joko Widodo, para interceder em favor dos brasileiros Marco Archer e Rodrigo Muxfeldt.

Durante a conversa, Dilma afirmou saber da gravidade dos crimes cometidos pelos dois e reafirmou seu respeito pela soberania da Indonésia e do seu sistema judiciário, mas ressaltou que seu pedido tem como base razões humanitárias. Por fim, a presidenta lamentou profundamente a decisão de levar adiante a execução do brasileiro Marcos Archer.

Entenda o caso

No próximo domingo (18), Marco Archer Cardoso Moreira, condenado por tráfico de drogas em 2004, será executado na Indonésia. O brasileiro foi preso em 2003, ao tentar entrar no país com 13 quilos de cocaína escondidos nos tubos de uma asa delta.

O presidente indonésio apoia a pena de morte para os traficantes de droga. Widodo considera que os traficantes destroem "o futuro da nação". Em 2013, o governo indonésio acabou com uma moratória não oficial da pena de morte que durou quatro anos.

Leia a nota da presidenta Dilma na íntegra.

A presidenta Dilma Rousseff telefonou na manhã desta sexta-feira (16) ao presidente da Indonésia, Joko Widodo, para transmitir apelo pessoal em favor dos cidadãos brasileiros Marco Archer Cardoso Moreira e Rodrigo Muxfeldt Gularte, condenados à morte pela Justiça da Indonésia e na iminência de serem executados.

De acordo com nota divulgada pela Secretaria de Imprensa da Presidência da República, Dilma ressaltou ter consciência da gravidade dos crimes cometidos pelos brasileiros e que respeita a soberania da Indonésia, mas que fazia o apelo como Chefe de Estado, como mãe, por razões humanitárias e expressando o sentimento da sociedade brasileira.

Apesar do apelo, o presidente Widodo disse que não poderia comutar a sentença de Marco Archer, pois todos os trâmites jurídicos foram seguidos conforme a lei indonésia e que foi garantido o devido processo legal aos brasileiros.

Leia a nota na íntegra:

Dilma apela ao presidente da Indonésia pelos dois brasileiros condenados à morte
A Presidenta Dilma Rousseff falou ao telefone, na manhã de hoje, 16 de janeiro, com Presidente da Indonésia, Joko Widodo, para transmitir apelo pessoal em favor dos cidadãos brasileiros Marco Archer Cardoso Moreira e Rodrigo Muxfeldt Gularte, condenados à morte pela Justiça da Indonésia e na iminência de serem executados.

A Presidenta ressaltou ter consciência da gravidade dos crimes cometidos pelos brasileiros. Disse respeitar a soberania da Indonésia e do seu sistema judiciário, mas como Chefe de Estado e como mãe, fazia esse apelo por razões eminentemente humanitárias. A Presidenta recordou que o ordenamento jurídico brasileiro não comporta a pena de morte e que seu enfático apelo pessoal expressava o sentimento da sociedade brasileira.

O Presidente Widodo disse compreender a preocupação da Presidenta com os dois cidadãos brasileiros, mas ressalvou que não poderia comutar a sentença de Marco Archer, pois todos os trâmites jurídicos foram seguidos conforme a lei indonésia e aos brasileiros foi garantido o devido processo legal.

A Presidenta Dilma reiterou lamentar profundamente a decisão do Presidente Widodo de levar adiante a execução do brasileiro Marcos Archer, que vai gerar comoção no Brasil e terá repercussão negativa para a relação bilateral.

Secretaria de Imprensa
Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República

Fonte: Portal Brasil, com informações da Agência Brasil

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