Os médicos da rede pública do Distrito Federal entraram em greve hoje (16), depois de rejeitarem a proposta do governo de parcelamento das dívidas trabalhistas acumuladas desde outubro do ano passado.
Além disso, eles não aceitam a decisão do governo de parcelar os salários dos servidores.
Apenas urgência e emergência continuam funcionando. Segundo o presidente do Sindicato dos Médicos do Distrito Federal (SindMédico-DF), Gutemberg Fialho, a categoria vai tentar novas negociações com o governo. Está marcada para a próxima quarta-feira (21) uma nova assembleia.
O governo do Distrito Federal (GDF) informou, por meio de nota, que o fato de o SindMédico decretar greve não significa que será reaberta discussão com relação aos cronogramas de pagamentos de salários de 2015 e de 2014. “Não será reaberta negociação com sindicato em greve. O acordo fechado na tarde dessa quinta-feira (15) está mantido. Se algum sindicato mantiver ou iniciar uma greve, o acordo não valerá para categoria. O governo vai pedir ilegalidade da greve na Justiça.
Na assembleia feita ontem (15), o Sindicato dos Enfermeiros do Distrito Federal decidiu continuar trabalhando, mas permanecer em negociação. A categoria também decidiu manter o indicativo de greve, iniciado dia 9, até o dia 2 de fevereiro quando haverá nova assembleia para avaliar se houve avanço nas negociações.
Pela proposta apresentada ontem pelo GDF, as horas extras e férias, atrasadas desde outubro de 2014, serão pagas em três parcelas, nos últimos dias úteis de janeiro, fevereiro e março. O décimo terceiro, a gratificação natalícia e outros valores residuais serão depositados mensalmente de abril a junho. Segundo o governo todos os valores serão corrigidos pela poupança.
Durante a assembleia de ontem na qual foi decidida a greve, os médicos ainda levaram em consideração as “condições adversas de trabalho”, segundo eles, “agravadas pela falta generalizada de medicamentos, reagentes e insumos”.
As novas regras para os salários dos servidores do GDF vão funcionar da seguinte forma: servidores que ganham até R$ 9 mil, cerca de 70% dos funcionários do DF, receberão todo o salário no quinto dia útil. Os trabalhadores que ganham mais de R$ 9 mil receberão a diferença do valor a ser pago em três datas: no dia 15, será liberado o restante para quem ganha até R$ 11 mil; no dia 24, será saldada a dívida para quem ganha até R$ 16 mil e os valores restantes, no último dia do mês. Segundo Fialho, grande parte dos médicos vai ser enquadrada no parcelamento máximo.
O Tribunal de Contas do Distrito Federal está analisando se os atrasos nos pagamentos foram gerados por ilegalidades na gestão anterior.
da Agência Brasil
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