24 de jun. de 2020

Jornal Nacional conversa com advogada que conviveu com Queiroz na casa de Wassef

Foto: Reprodução
Ana Riga Monti diz que operador de Flávio Bolsonaro estava no local desde o ano passado e que a mulher dele passava temporadas no local; informações contradizem versão de Wassef

Por Ricardo Ribeiro

O Jornal Nacional destacou na edição desta quarta-feira (24) uma entrevista com uma advogada que conviveu com Fabrício Queiroz, na casa em que ele foi preso, na semana passada, no interior de São Paulo.

Queiroz é apontado como operador de um esquema de corrupção no gabinete do hoje senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), quando ele ainda era deputado estadual no Rio de Janeiro. A casa pertence a Frederick Wassef, que até domingo passado era advogado de Flávio e que também se dizia advogado do presidente Jair Bolsonaro. 

No telejornal da Globo, Ana Riga Monti contou que começou a trabalhar na casa em maio do ano passado. A residência estava registrada como escritório de advocacia de Wassef.

“Fui para atender telefone, para atender clientes que fossem lá. Então, eu fiquei lá para isso e prestando serviço para o escritório”, disse Ana.

A advogada alegou que não se lembra exatamente quando Queiroz chegou no local, mas admitiu que foi no ano passado. “Você depois que eu já tava lá. Eu não lembro direito o mês, mas foi depois de maio [do ano passado].”

Ana negou que tenha ido para a residência por causa de Queiroz ou para vigir o ex-assessor do filho do presidente. Ela conta que, quando os dois estavam na casa, eles acabaram convivendo e ficaram amigos.

“Nunca fiz trabalho, eu não tenho nada a ver com o caso Queiroz. Eu acabei conhecendo o Queiroz ali e a gente, querendo ou não, criou um vínculo de amizade… porque as vezes eu estava na casa e ele também estava. Eu acabei conhecendo ele e esposa dele”, afirmou

A advogada revelou ao JN que a mulher de Fabrício Queiroz, Márcia Oliveira de Aguiar, que esta foragida, passava temporadas na casa.

“Ela ficava um pouco. Ia e voltava”, disse, chegando a confirmar, depois de alguma insistência, que Márcia Aguiar já ficou na residência por períodos superiores a um mês.

Ana contou ainda que chegou a emprestar o seu carro pessoal para Queiroz usar na cidade e fazer algumas viagens. “Para onde ele ia, eu não sei.”

As informações da advogada contradizem a versão de Wassef, de que Queiroz não estava escondido na casa. Ana não se negou a responder se, em conversas na casa, Wassef era chamado “Anjo”. Segundo as investigações, a expressão era usada pela família de Queiroz para se referir ao defensor.

O Jornal Nacional apresentou ainda documentos da investigação que mostram que a filha e a mulher de Queiroz se comunicavam com uma pessoa identificada apenas como Ana sobre a rotina da casa e viagens.

Ana Riga Monti disse que deixou o escritório em dezembro do ano passado, por razões pessoais. Ela afirmou não saber se Wassef visitava Queiroz.

Nenhum comentário: