7 de abr. de 2018

Lula se entrega à Justiça e pede ao povo para continuar sua luta

Foto Joaquim Dantas/Blog do Arretadinho
Ouvem-se cochichos, parece que Lula está para chegar. Todos querem vê-lo, tocá-lo, se aproximar do ex-presidente que tirou mais de 36 milhões de pessoas da pobreza. A presença do maior líder vivo da América Latina é magnética, por onde ele passa leva cordões atrás de si. Consciente desta força de mobilização, Lula anunciou na manhã deste sábado (7) que vai se apresentar à Justiça. “Quanto mais tempo eles me mantiverem preso, mais Lulas nascerão”, disse ao se retirar do ato. 

Por Mariana Serafini

Sob gritos de "somos todos Lula” o ex-presidente saiu carregado pelos braços do povo para cumprir a ordem de prisão do juiz Sérgio Moro. Um misto de choro e coragem tomou o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, palco da resistência. “Vou cumprir o mandato, e vocês vão ter que se transformar em Lulas e vão andar por este país fazendo o que precisa ser feito. Eles têm que saber que a morte de um combatente não para a revolução”. 

Assim que Lula anunciou sua decisão, a presidenta do PT, Gleisi Hoffmann, convocou a militância para se concentrar em Curitiba e dar início a uma vigília permanente em defesa do líder petista. “Vamos ocupar Curitiba, vamos ocupar a Praça dos Três Poderes, porque a luta está só começando", disse. 

Lula não titubeou ao responsabilizar a grande imprensa pelo seu julgamento arbitrário. Denunciou as horas e horas de Jornal Nacional, e as incontáveis capas de revistas e jornais que o atacaram ao longo de sua trajetória. “Com isso, o juiz Sérgio Moro justificou que precisava me condenar porque estava ouvindo a opinião pública. Se quer ouvir a opinião pública que largue a toga". 

“Quando se faz julgamento subordinado à imprensa, se destrói a pessoa perante a sociedade, mas quanto mais eles me detonam, mais aumenta minha relação com o povo brasileiro", disse o dirigente que encerrou o ato político extremamente emocionado. A decisão de Lula foi anunciada após uma celebração religiosa em homenagem à sua esposa, a ex-primeira-dama Marisa Letícia. 

Convicto de que a decisão de Moro é arbitrária e injusta, Lula exigiu provas e afirmou que seu maior crime foi ter tirado milhões de pessoas da pobreza, ter acabado com a mortalidade infantil, ampliado as vagas nas universidades públicas e criado novos institutos de educação superior, entre outras políticas públicas implementadas ao longo de seus 8 anos de governo. 

O cenário de tristeza e coragem que se instalou após o ato parece ter sido previsto pelo poeta russo Maiakovski, “Não estamos alegres, é certo, mas também por que razão haveríamos de ficar tristes? O mar da história é agitado". Lula pode estar atrás das grades, mas do lado de cá, cabe a cada um que acredita num mundo mais justo enfrentar estar tormenta.

 Do Portal Vermelho

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