De acordo com dados da Anatel, em 2003 Vivo, Tim, Claro e Oi, as quatro maiores empresas brasileiras do setor, possuem 99,56%. do mercado
Por Repórter Brasil
Vivo, Tim, Claro e Oi concentram quase 100% do mercado de celulares, 76% dos telefones fixos, 60% do mercado de televisão a cabo e 75% da banda larga. E essa concentração vem aumentando. De acordo com dados da Anatel, em 2003 as quatro maiores empresas brasileiras do setor possuíam 91,86% do mercado. Em 2013, essa participação aumentou para 99,56%.
A concentração é boa para o consumidor? Como o domínio sobre o mercado é grande, as empresas podem fazer acordos entre si, beneficiando-se. Além disso, o consumidor tem pouco poder de barganha, por estar sujeito a quatro empresas, sendo que esse mercado pode se tornar ainda mais restrito: se a Telefónica obtiver o controle da TIM no Brasil, como a imprensa tem noticiado, a concentração ficaria ainda maior, já que o novo grupo deteria mais de metade do mercado de celulares no Brasil.
Por conta da preocupação em uma negociação dessas ser barrada pelas autoridades, Oi, Vivo e Claro estariam estudando uma proposta conjunta para dividir a TIM entre elas. Ou seja, a concentração, hoje em quatro forças, ficaria ainda menor, sendo 99,56% do mercado de celulares dividido entre apenas três empresas.
Perguntas e respostas
Concentração traz benefícios?
Passados 16 anos da privatização, o setor de telecomunicações brasileiro é o mais caro do mundo em telefonia celular e o 62º em infraestrutura, acesso e uso dos serviços (abaixo de Azerbaijão, Cazaquistão e Macedônia). Os dados são da União Internacional de Telecomunicações, da ONU. As telefonias fixa e móvel, a tevê por assinatura e a internet estão entre os dez serviços que mais recebem queixas dos brasileiros no Procon. Os principais problemas são cobranças indevidas, má qualidade da comunicação, dificuldades para instalação, alterações de contrato e falta de clareza na oferta.
Avanço dos celulares ainda é tímido?
Há 275,5 milhões de celulares em todo o país, dos quais 77% pertencem a clientes do serviço pré-pago, com crédito médio de cinco reais por mês. Ou seja, a maioria dos usuários de telefonia móvel no Brasil fala pouco e quase não usa a internet móvel. Enquanto as companhias investem em rede de quarta geração para tirar proveito da camada de consumidores de poder aquisitivo mais alto, a maior parte dos usuários utiliza internet com tecnologia 2G, estrutura implantada na época da privatização.
Banda larga lenta?
O número de assinantes, de 10 milhões em 2008, chegou a 23 milhões em 2014, correspondentes a 39% dos domicílios do país, 61% deles concentrados na região sudeste. Metade deles se conecta à internet com velocidade entre 0,5 Mbps (mil bits por segundo) e 2 Mbps. A média do Brasil, de 2,5 Mbps, coloca-o na 83ª posição no ranking de 133 países elaborado pela Akamai, empresa de internet dos EUA. A média mundial é de 3,8 Mbps.
Os preços do telefone e da internet no Brasil são caros?
São. Estão entre os mais caros do mundo. Segundo estudo da União Internacional de Telecomunicações, da ONU, o custo da internet para a população mais carente é 20 vezes o peso que esse item representa para os mais ricos. Quase metade das pessoas – 44% delas – tem um computador em sua casa, mas não consegue pagar uma assinatura de internet. Fazer uma ligação pelo celular no Brasil custa mais do que usar o celular na Europa. O telefone fixo também é caro: entre 166 países, o Brasil aparece na 110ª posição em preços para esses aparelhos.
Cobertura falha?
Sim, cobertura de internet é baixa. Segundo a União Internacional de Telecomunicações, 42% da população tem internet em casa, enquanto nos países desenvolvidos 78% a possuem. O custo também é alto: 1,42% da renda mensal do brasileiro é destinada a pagar a banda larga, enquanto na Áustria o consumidor gasta 0,3% por mês.
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